Flor à Iemanjá


FLOR À IEMANJÁ
(Augusto Barros)


Os meus pés não sentem mais o chão 
Já não afundam como antes 
Apenas sigo adiante ao fundo 
Embalado pelo ritmo de sua canção 

A melodia do azul das ondas 
Quando se confunde com o bege 
Gritando em brancas espumas 
Faz com que eu, por hora, suma 

E o maestro que rege 
Esta orquestra dessincronizada 
Já não habita aqui há tempos... 
Tudo, então, como queiram os ventos 

Nessa confusão de cores e sons 
O mar invade cada vez mais o meu corpo 
Por dentro e por fora... 
E assim deixo 

Deixo porque agora 
Descobri que somente sendo 
Inteiramente seu 
Sou inteiramente meu

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